quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

EJA - ARTES - Arte e cotidiano

- Arte e cotidiano

Objetivo: Identificar a arte na vida cotidiana

Começamos nosso estudo apresentando a você três casos.

Caso 1
Uma professora, colega nossa de faculdade, intrigava um vizinho, porque estava sempre lendo. Um dia, ele não resistiu e lhe perguntou:
– Vera, por que está sempre com um romance debaixo do braço?
– Porque não posso pagar um analista... – justificou ela.

Caso 2
Aula inaugural dos cursos de pós-graduação da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. A titular de Filosofia começa a falar sobre a importância da sua área. Em certo ponto, afirma:
– Quanto a mim, considero que o melhor curso de filosofia é a leitura dos grandes clássicos da literatura mundial.

Caso 3
A cena é do romance O carteiro e o poeta, do escritor e roteirista chileno Antonio Skármeta, que é embaixador do Chile na Alemanha e tem um excelente programa sobre arte no canal de televisão por assinatura People & Art. A obra virou um belíssimo filme nas mãos do diretor de cinema Michael Radford, um inglês de muita sensibilidade. No filme, Mário, um carteiro extremamente ingênuo e sensível, fica amigo do grande poeta chileno Pablo Neruda, exilado político que se instala numa pequena ilha italiana. Apaixonado, Mário usa poemas do poeta como se fossem seus para conquistar sua Beatriz.
Mas a tia italiana de Beatriz não quer o namoro e leva o poema “obsceno” a Neruda, exigindo que Mário se afaste da moça. Neruda fica bravo com o carteiro: então ele está plagiando seus poemas!!! Mas Mário é taxativo.
– A poesia não é de quem escreve, mas de quem precisa dela.
E acrescenta, mais ou menos, isto:
– Companheiro Neruda, você me ensinou que a língua serve mais do que para colar selos. Você me meteu nesta enrascada e tem de me ajudar a sair dela.
Os dois primeiros casos são rigorosamente verdadeiros. O terceiro bem podia ser. Por acaso, todos giram em torno da literatura, mas, no fundo, dizem respeito a todas as artes.

Atividade 2
a) Qual é o tema comum aos três textos?
b) Que diferenças existem nos três contextos apresentados?
c) Na sua opinião, a literatura, ou a arte em geral, tem mesmo uma função tão importante assim na vida de cada um?

Desde a Antigüidade, estudiosos e artistas vêm tentando não só conceituar a arte como também definir o papel que ela exerce na vida humana. Como a arte é cultural, é uma construção histórica, a forma de expressar-se por meio dela e de percebê-la muda sempre, conforme os tempos e os lugares. Daí a dificuldade de conceituar a arte e atribuir-lhe funções. Mas nenhuma época da humanidade conseguiu dispensá-la, mesmo quando alguns tentam diminuir seu papel ou anunciar sua morte.
O livro/filme O carteiro e o poeta trata de maneira magistral do papel que a arte tem na vida das pessoas. Mostra, sobretudo, como mudam nossos motivos para nos aproximar da arte, ao longo de nossa vida. Outro filme que trabalha a função da arte é A rosa púrpura do Cairo, no qual seu diretor, Woody Allen, explora, numa trama de humor, questões importantes como a relação fantasia/realidade. O filme brasileiro Abril despedaçado, de Walter Salles, toca na função da arte, sobretudo por meio de uma personagem infantil. Tente ver ou rever esses filmes, observando especialmente esse tema.

Procure pensar no seu dia-a-dia, desde que acorda até deitar-se. Você vai ver que está cercado de formas artísticas por todos os lados. A presença da arte é tão forte na vida humana que parece natural e não nos damos conta de sua força e de sua proximidade.

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