quinta-feira, 10 de março de 2011

A DESCRIÇÃO

Redação Por Eraldo Cunegundes eraldocunegundes@terra.com.br

A DESCRIÇÃO

TÍTULO
INTRODUÇÃO: aspectos de caráter geral ou 1ª impressão
DESENVOLVIMENTO: detalhes.
CONCLUSÃO: retomada de outro(s) aspecto(s) de caráter geral.
DESCRIÇÃO DE PESSOA
O sorriso da criminalidade
Brasileiro, estatura mediana, pele morena, olhos e cabelos negros, barba por fazer; essa é a descrição de um dos homens que foram mais procurados internacionalmente: Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. No auge dos seus 35 anos, ele atua numa profissão em que poucos passam dos 25: o narcotráfico.
Temido por tantos, Fernandinho é também respeitado, respeito esse oriundo da soma de poderes que acumula em suas mãos e devido à crueldade de sua mente, que não tolera empecilhos de qualquer natureza. Criminoso de alta periculosidade, controlou o tráfico de drogas, de armas, as bocas-de-fumo, comandou fugas de presídios, chegando até a arbitrar a vida de terceiros, através de chacinas e torturas.
Todavia sua genialidade foi muito mais além, articulando todas as atividades já mencionadas de dentro de sua própria cela. Tão expressivo quanto seu poder de manipulação é o ar irônico que ostenta, revelando sua índole asquerosa e sua total vacuidade de escrúpulos.
Obviamente que Luiz Fernando não pode ser encarado como um criminoso qualquer, deve ser visto como um elemento que continua a desafiar e a debochar das polícias e da justiça brasileiras. Fruto de políticas corruptas e ineficientes de segurança pública, Fernandinho Beira-Mar, mesmo preso, representa um perigo para a sociedade. Paradoxalmente, o bandido está à solta.
(Igor Luna)
Uma pessoa formidável
Ele foi o primeiro poeta brasileiro. Mais popularmente conhecido por suas obras satíricas, esse autor barroco também desenvolveu poesias sacras, líricas, amorosas e burlescas.
Apresentava uma delgada fisionomia e nariz sobressalente, por isso recebeu de uma freira o apelido "Pica-flor", o qual, esse autor de notabilíssimas poesias revidou através de um poema satírico, uma décima, desmoralizando a cidadã.
Possuidor de uma forte personalidade censurava constantemente o governo da Bahia, sua terra natal, a vaidade humana, a falta de religiosidade das pessoas ligadas à cúpula da Igreja e aos costumes da sociedade brasileira, baseadas no modelo europeu. Daí surgiu o apelido pelo qual ficou conhecido: "Boca do inferno".
Inconfundível por seu raciocínio sutil e consagrado principalmente por suas inigualáveis liras maldizentes, Gregório de Matos padeceu sem ter visto publicadas as suas obras, como grande parte dos artistas em todo o mundo.
(Maíra Ximenes)
DESCRIÇÃO DE LUGARES
Um lugar aprazível
À primeira vista, duvida-se de que esse lugar possa extasiar alguém. Porém, com o girar da Terra, percebe-se que nele tudo é possível.
Pode estar claro, próximo a maravilhosas palmeiras imperiais que balançam ao soprar da leve brisa, com um suave toque angelical sobressalto pela presença de nuvens alvas. Assim como pode estar frio, num local envolto por uma excepcional cadeia montanhosa e geleiras, em um clima que une as pessoas presentes pelo desejo de se aquecer.
Nesse lugar, as pessoas sonhadoras passam a maior parte do seu tempo, e as otimistas sempre encontrarão nele o ambiente ideal.
A imaginação é o único lugar perfeito quando se deseja fugir da dura realidade em que o mundo se encontra estagnado atualmente.
(Maíra Ximenes)
A NARRAÇÃO
TÍTULO
INTRODUÇÃO: acontecimento - tempo - lugar
DESENVOLVIMENTO: causa(s) - modo
CONCLUSÃO: conseqüências
Um susto
Quando entrei na cozinha esta manhã, encontrei minha filha parada, numa posição entre preparando-se para correr e tentando atacar.
Só depois de me aproximar mais um pouco, é que pude ver a causa de tamanha perplexidade: uma rãzinha, escondida atrás de um vidro de detergente em cima da pia, a espreitava assustada. As duas estavam tão apavoradas que nenhuma ousava mexer-se, temendo o ataque da outra.
Quando a menina fazia menção de fugir, a rãzinha encolhia-se toda (coitada!); imaginando, talvez, que ela fosse algum animal faminto querendo participar do jogo da cadeia alimentar.
Por outro lado, enquanto o minúsculo animal tentava reduzir-se ao máximo, a menina, àquela altura, já paralisada pelo pavor que a havia tomado, mais atônita ficava.
Depois de observar por um certo tempo, caminhei até onde ela estava e coloquei a mão no seu ombro. Foi quando ela virou-se e abraçou-me aliviada. Ufa! Que susto!
Uma lição de solidariedade
Maria Lucélia da Silva era uma senhora solitária, formada na arte de viver. Morava em um pequeno cortiço, o qual ela achava confortável, próximo à favela da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro.
Às sete horas da manhã, dona Maria saía para caminhar, pois o " Dotô Queiroz" havia recomendado o exercício para atenuar seus problemas cardíacos. Era o único horário do dia em que a pobre senhora assistia com entusiasmo ao espetáculo da vida.
Dona Maria dizia que não tinha problemas de coração, o mal de que ela sofria era a saudade que sentia dos seus seis filhos; dos quais três haviam morrido e três estavam casados, morando longe o bastante, pois não lhe enviavam uma carta sequer.
Certo dia, ao sair para caminhar, encontrou o garoto que lhe havia roubado a aposentadoria semanas atrás. Ela ainda recordava do rosto da criança, pois tinha sonhado com ele várias vezes desde o ocorrido. O pobre garoto estava ferido, caído ao chão. Dona Maria não teve dúvidas; pegou o menino, levou-o para seu cortiço, limpou-lhe os ferimentos e o alimentou. Além disso, resolveu adotar a criança.
Francisco não lembra de ter roubado dona Maria, pois estava sempre drogado, e foi ela quem o tirou do vício.
Anos mais tarde, quando lhe contou o ocorrido, o garoto perguntou-lhe por que havia cuidado tão bem dele apesar do acontecido. Dona Maria respondeu que era seu dever, pois "todos somos irmãos perante o Senhor Jesus Cristo" e que se todos fizessem o mesmo, esse seria um mundo melhor para viver. Ainda falou que recebeu uma recompensa divina pelo que fez: a companhia do garoto.
(Maíra Ximenes)
A DISSERTAÇÃO

TÍTULO

INTRODUÇÃO: apresentação resumida do assunto (TESE).
DESENVOLVIMENTO: exposição mais detalhada do assunto (ARGUMENTAÇÃO, EXPLICAÇÃO...)
CONCLUSÃO: reafirmação da tese (SOLUÇÃO, APELO, CRÍTICA...)
Salvem o planeta
"A terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra", afirmou o chefe indígena Seattle, em 1852, em sua carta escrita ao presidente dos Estados Unidos. Desde tempos imemoriais, patinamos nesta questão recorrente: até quando o planeta vai suportar as atrocidades causadas pelo homem?
O Protocolo de Kioto implora: o mundo necessita de menos poluição. Há dez anos esse apelo foi discutido na Conferência Rio-92. Havia um sentimento de urgência nas pessoas que tinham a sensação de que o mundo ia acabar se não combatêssemos logo ameaças como a falta de água e a extinção de animais, por exemplo.
Uma década perdida. O eco daquele apelo foi tragado pela irresponsabilidade do homem, que não cumpriu as metas estabelecidas sobre o meio ambiente naquele ano, trazendo para hoje problemas como: desequilíbrios climáticos, maior emissão de gases poluentes na atmosfera e um aumento significativo no desmatamento global, fatos esses que estão levando o planeta a um futuro inabitável.
Segundo José Bonifácio, o Patriarca da Independência, a natureza fez tudo a nosso favor, porém nada fizemos a favor dela. Mesmo não vivendo no "caos de hoje", Bonifácio percebeu isso. Cabe, portanto, à sociedade atual combater com determinação a ação predatória do homem, porque não sabemos até que ponto o planeta vai suportar todos os males atribuídos a ele.
(Edson Neves)
A Violência Urbana e o Poder Paralelo
A violência no Brasil possui uma raiz intrínseca à sua história: o descaso com a população, refletido na precariedade das condições de moradia, saúde, alimentação e educação, recursos indispensáveis à formação do indivíduo. Os quais, quando banalizados, incitam, ao mundo do crime, as pessoas sem oportunidades, numa reação em cadeia que atinge proporções incontroláveis.
O país vive o maior panorama de violência de todos os tempos, no qual o crime tornou-se saída para sobrevivência, e facções criminosas tomam o lugar que o Estado negligenciou, a exemplo das favelas, onde as quadrilhas resolvem questões de famílias, empregam, introduzem capital e organizam o cotidiano destas, formando um verdadeiro poder paralelo, como paliativo ao abandono a estes setores sociais.
O surto de violência em que vive o país é um fato previsível diante de nossas estruturas. Nossas desigualdades são gritantes e, como diriam os marxistas, os desníveis sociais, quanto maiores, culminam em uma luta de classes, que no Brasil assume uma face desordenada e sem cunho ideológico: o crime.
O combate efetivo à violência no país é uma questão bem mais profunda do que aparenta. Não bastam apenas represálias, e sim uma reestruturação de nossas bases sociais, partindo de um menor desnível entre classes, da distribuição de oportunidades para que nossa população possa viver condignamente.Pouco adiantam construções de presídios faraônicos que acabam tornando-se verdadeiros disseminadores de mais crimes, pois todo efeito pressupõe uma causa, e para sua anulação é preciso combater seu iniciante: o descaso social.
Jimenna Rocha
Osama: o herói-vilão
Definir Osama Bin Laden como um herói ou um vilão é deveras difícil, visto que visões multidimensionais e ideologias diversas precisam ser analisadas.
O atentado de onze de setembro é, com certeza, o acontecimento mais importante do século vinte e um, pois demonstra a ousadia de fundamentalistas contra o império ianque, que se julgava invulnerável . Se analisarmos as causas de tal tragédia e observarmos as ações norte-americanas, concluiremos um motivo justo para o atentado ao " Word Trade Center", pois os estadunidense, com sua política neo-colonialista, usurpam riquezas naturais de diversos países, subjugando seus povos e deixando como herança uma legião de miseráveis e revoltados.
Justifica-se, portanto, que na visão médio-oriental, Bin Laden é quase um herói unânime, obtendo apoio por onde passa. O seu lado vilão restringe-se praticamente ao povo ocidental, pois a catástrofe teve um caráter cosmopolita, em que milhares de inocentes sucumbiram.
O polêmico árabe é, atualmente, o principal inimigo dos americanos; porém se constitui num mártir do Oriente Médio. E é essa relação paradoxal que torna difícil a sua captura . Então, para que não existam controvérsias, ele representa, em nível mundial, um herói-vilão.

COMO CONSTRUIR UMA CARTA
A carta é uma modalidade redacional livre, pois nela podem aparecer a narração, a descrição, a reflexão ou o parecer dissertativo. O que determina a abordagem, a linguagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que ela se destina: um amigo, um negócio, um interesse pessoal, um ente amado, um familiar, uma seção de jornal ou revista etc.
A estética da carta varia consoante a finalidade. Se o destinatário é um órgão do governo, a carta deve observar procedimentos formais como a disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário), do remetente e a assinatura.
No caso das correspondências comercial e oficial - textos jurídicos, comunicados, ofícios, memorandos emitidos por órgãos públicos -, a linguagem é muitas vezes feita de jargões e expressões de uso comum ao contexto que lhes é próprio.
Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como a abertura e o fechamento do texto segundo o jargão, são irrelevantes, pois o que prevalece é o conteúdo e a linguagem (orientação da maioria das universidades, especialmente as públicas).
CARTA: tema 10: Ética (na política, no esporte, na justiça...) João Pessoa, 25 de agosto de 2002
Editor de notícias do jornal O Norte
Prezado senhor editor,
Devido à competência profissional que lhe é creditada e à grande aceitação do seu veículo comunicativo pela população, venho solicitar desse a publicação de uma matéria com fins esclarecedores sobre ética.
É sabido de todos que as eleições se aproximam, portanto se faz necessário levar à sociedade um documento da natureza solicitada para que os valores morais, o decoro e o compromisso com a honestidade sejam cobrados de maneira mais veemente.
Visando a uma maior compreensão, a abordagem poderia abarcar outros setores além da política, como a ética nos esportes, na justiça, no trabalho etc., constituindo-se, pois, numa matéria multidisciplinar.
Verificar-se-á, senhor editor, o pioneirismo deste estudo, caso seja levado em consideração o cunho popular, e a grande atenção que será dada a ele pela população. Ciente da compreensão e da aceitação do conteúdo aqui apresentado, agradeço antecipadamente.
Redação Por Paulo Sergio Rodrigues - paulo@algosobre.com.br
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Os grandes escritores possuem tal convívio e domínio da linguagem escrita como maneira de manifestação que não se preocupam mais em determinar as partes do texto que estão produzindo. A lógica da estruturação do texto vai determinando, simultaneamente, a distribuição das partes do texto, que deve conter começo, meio e fim.
O aluno, todavia, não possui muito domínio das palavras ou orações; portanto, torna-se fundamental um cuidado especial para compor a redação em partes fundamentais. Alguns professores costumam determinar em seus manuais de redação outra nomenclatura para as três partes vitais de um texto escrito. Ao invés de começo, meio e fim, elas recebem os nomes de introdução, desenvolvimento e conclusão ou, ainda, início, desenvolvimento e fecho. Todos esses nomes referem-se aos mesmos elementos. Parece-nos que irrelevante o nome que cada pessoa atribui. O importante é que as pessoas saibam que elas devem existir em sua redação.
Vejamos, sucintamente, cada uma delas.
A. INTRODUÇÃO (início, começo)
Podemos começar uma redação fazendo uma afirmação, uma declaração, uma descrição, uma pergunta, e de muitas outras maneiras. O que se deve guardar é que uma introdução serve para lançar o assunto, delimitar o assunto, chamar a atenção do leitor para o assunto que vamos desenvolver.
Uma introdução não deve ser muito longa para não desmotivar o leitor. Se a redação dever ter trinta linhas, aconselha-se a que o aluno use de quatro a seis para a parte introdutória.
DEFEITOS A EVITAR
I. Iniciar uma idéia geral, mas que não se relaciona com a segunda parte da redação.
II. Iniciar com digressões (o início dever ser curto).
III. Iniciar com as mesmas palavras do título.
IV. Iniciar aproveitando o título, com se este fosse um elemento d primeira frase.
V. Iniciar com chavões
Exemplos:
- Desde os primórdios da Antigüidade...
- Não é fácil a respeito de...
- Bem, eu acho que...
- Um dos problemas mais discutidos na atualidade...
B. DESENVOLVIMENTO (meio, corpo)
A parte substancial e decisória de uma redação é o seu desenvolvimento. É nela que o aluno tem a oportunidade de colocar um conteúdo razoável, lógico. Se o desenvolvimento da redação é sua parte mais importante, deverá ocupar o maior número de linhas. Supondo-se uma redação de trinta linhas, a redação deverá destinar de catorze (14) a dezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento da mesma.
DEFEITOS A EVITAR
I. Pormenores, divagações, repetições, exemplos excessivos de tal sorte a não sobrar espaço para a conclusão.
C. CONCLUSÃO (fecho, final)
Assim como a introdução, o fim deverá ocupar uma pequena parte do texto. Se a redação está planejada para trinta linhas, a parte da conclusão deve ter quatro a seis linhas.
Na conclusão, nossas idéias propõem uma solução. O ponto de vista do escritor, apesar de ter aparecido nas outras partes, adquire maior destaque na conclusão.
Se alguém introduz um assunto, desenvolve-o brilhantemente, mas não coloca uma conclusão: o leitor sentir-se-á perdido, estupefato.
DEFEITOS A EVITAR
I. Não finalizar (é o principal defeito)
II. Avisar que vai concluir, utilizando expressões como "Em resumo" ou “Concluindo”.

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